sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O novo filme de Woody Allen



"Whatever works" é uma sátira aos tempos de hoje em que "vale tudo" desde que "dê certo", pelo menos temporariamente, ou seja, desde que nos sintamos momentaneamente felizes (what ever that means, digo eu). Woody Allen introduz o factor desilusão à fé de que o amor pode tudo, mas há no desencanto satirizado uma esperança escondida, materializada no jovem casal; e, sobretudo, no homem romântico (uma raridade , digo eu). Ali está o amor (e, by the way, apesar das críticas de Allen à religião, ali está o amor divino, o amor cristão).

Frases como 'o ser humano não descansa enquanto não se extinguir', e por aí fora, até uma sátira à obsessão pelos alimentos biológicos,a sátira aos extremos ideológicos (nos EUA, há muitas vezes uma grande dicotomia entre a aparência moral e a decadência escondida)tudo a demonstrar o vazio de uma sociedade que virou as costas à fé. Um mundo decadente... mas onde subsiste um desejo de infinito.

Não há dúvida que Woody Allen tem o dom da contemporaneidade.

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