segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Censura transvertida em ditadura da imparcialidade...

José Alberto Carvalho diz que jornalistas da RTP não podem emitir opiniões nos sites, ou seja, blogs,nas redes Facebook, Twitter. Mais um bocado e proíbem de ter opiniões nos cafés. Tenho uma ideia, podem começar a criar uma polícia na estrutura da Entidade Reguladora da Comunicação Social, para vigiar os jornalistas que emitem opiniões... sobretudo se forem subversivas ... já tenho um nome e tudo Stasi... soa bem, uma Stasi para garantir a imparcialidade decretada e instituida...

Vejam esta pérola:
"O director de informação da RTP alertou os jornalistas da estação pública de televisão para os cuidados a terem com as suas opiniões quer na blogosfera quer nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook
Eis os nove avisos aos jornalistas:

1) Nada do que fazemos no Twitter, Facebook ou Blogues (seja em posts originais ou em comentários a posts de outrem) deve colocar em causa a imparcialidade que nos é devida e reconhecida enquanto jornalista.

2) Os jornalistas da RTP devem abster-se de escrever, "twitar" ou "postar" qualquer elemento - incluindo vídeos, fotos ou som - que possa ser entendido como demonstrando preconceito político, racista, sexual, religioso ou outro. Essa percepção pode diminuir a nossa credibilidade jornalística. Devem igualmente abster-se de qualquer comportamento que possa ser entendido como antiético, não-profissional ou que, por alguma razão, levante interrogações sobre a credibilidade e seriedade do seu trabalho. PRECONCEITO?! DEFENDER A IGREJA CATÓLICA SERÁ UMA OFENSA À IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS?! OU ÀS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ?! RACISTA?! MAS HÁ OPINIÕES RACISTAS EM BLOGUES? E SE HÁ, SÃO LEGÍTIMAS DESDE QUE NÃO SEJAM ESCRITAS PELOS JORNALISTAS DA RTP?! PRECONCEITO SEXUAL?! O QUE É UM PRECONCEITO SEXUAL?! A SEXUALIDADE É UMA QUESTÃO DE CONCEITOS?! OU DE PRÉ-CONCEITOS?!
3) Ter em conta que aquilo que cada jornalista escreve, ou os grupos e "amigos" a que se associa, podem ser utilizados para beliscar a sua credibilidade profissional. Seguindo a recomendação do "NY Times", por exemplo, os jornalistas - deverão deixar em branco a secção de perfil de Facebook ou outros equivalentes, sobre as preferências políticas dos utilizadores. AMIGOS A QUE SE ASSOCIA?! OS JORNALISTAS DA RTP PARECEM TER QUE ESCOLHER AS AMIZADES DE ACORDO COM A COR DA TUTELA DO CANAL PÚBLICO!

4) Uma regra base deve ser "Nunca escrever nada online que não possa dizer numa peça da RTP".

5) Ter particular atenção aos "amigos" friends do Facebook e ponderar que também através deste dado, se pode inferir sobre a imparcialidade ou não de um jornalista sobre determinadas áreas.

6) Enunciar, de forma clara, no Facebook e/ou nos blogues pessoais que as opiniões expressas são de natureza estritamente pessoal e não representam nem comprometem a RTP.

7) Meditar sobre o facto 140 caracteres de um twit poderem ser entendidos de forma mais deficiente (e geralmente é isso que acontece!) do que um texto de várias páginas, o que dificulta a exacta explicação daquilo que cada um pretende verdadeiramente dizer.

8) Não publicar no Twitter ou em qualquer plataforma electrónica documentos ou factos que possam indicar tratamento preferencial por parte de alguma fonte ou indiciem posição discriminatória sobre alguém ou alguma entidade.

9) Ter presente que todos os dados eventualmente relevantes para fins jornalísticos devem ser colocados à consideração da estrutura editorial da RTP, empresa de media para a qual trabalham.


SERÁ QUE NESTAS RECOMENDAÇÕES PENSOU EM INCLUIR O MARCELO REBELO DE SOUSA?!

Ainda bem que não trabalho na RTP!


Outro caso


Mário Crespo dixit: «Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige ‘solução’».

ESTA CRÓNICA Crítica ao Governo foi proibida de sair no Jornal de Notícias.




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