quinta-feira, 27 de maio de 2010

Batalha de Aljubarrota

Eu acho que no fim de todas as batalhas a PT vai acabar por vender a Vivo à Telefónica. Não tem alternativa. Porque o máximo que pode almejar é a ficar com a Telefónica numa situação de impasse. Mesmo que consiga capital para cobrir a oferta da Telefónica (5,7 mil milhões), não tem grandes hipóteses de conseguir que os espanhóis vendam a sua parte na operadora móvel no Brasil. A Telefónica ganha mais em sinergias (porque tem a rede fixa no Brasil) do que a PT, pelo que a Vivo é mais valiosa para os espanhóis. Para além de a Telefónica ter um papel predominante na gestão da Vivo e de travar a distribuição de dividendos, e isso afectar mais a PT e os seus accionistas que os espanhóis. Sofrem do mal do país (endividamento).

A PT vai acabar por ter de vender a Vivo e usar o dinheiro para investir noutra operadora num mercado fora da Europa, que tenha afinidades com Portugal (Brasil? PALOPs?). Desta vez sozinha, e sem parceiros gigantes com 50%.
Não haverá OPAs hostis à PT, a Telefónica está a fazer bluff. É um facto que a PT tem muita perícia na defesa de OPAs, e tem aliados expert em "white knight" (accionistas que ajudam à defesa) - neste caso o accionista aliado seria a Telmex - mas esta tática só funciona em estratégias de defesa. Nada podem numa estratégia de contra-ataque.
A PT precisa da Vivo, mas só se houver dividendos que lhe sejam distribuídos. Valbuena sabe bem como ferir a PT. E embora Zeinal não seja subestimável, a verdade é que a nossa PT está em desvantagem face à Telefónica, quanto mais não seja pela capacidade financeira da operadora espanhola.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O cúmulo do optimismo é.... Ricardo Salgado

"País não está num beco sem saída, nem vai contra a parede"

Os bancos vão ter de financiar-se mais através da captação de depósitos e do BCE, diz Ricardo Salgado. É que as outras hipóteses estão fechadas. Ou seja: “o mercado interbancário está fechado”. As instituições deixaram de novo de emprestar dinheiro entre si na Europa, voltando a paralisar o mercado interbancário. "Este mercado nunca recuperou totalmente desde a falência do Lehman e que agora voltou a fechar. Houve uma secagem brutal de liquidez”, disse o banqueiro. Recorrer a emissões de obrigações junto dos investidores internacionais também não é alternativa. “Se o Estado está a pagar 4,3%, os bancos vão pagar ainda mais. Imaginem que ‘spreads’ seria necessário cobrar no crédito”, disse o presidente do BES. “Se formos agora buscar financiamento de médio e longo prazo, com estes ‘spreads’, não conseguimos financiar a economia”. "A solução é aumentar a componente de depósitos. Neste momento 60% do financiamento do banco vem dos depósitos e vamos ter de aumentar esta componente". Mas, avisa o emblemático banqueiro, o recurso a esta via significa, no entanto, que vai “desacelerar a concessão de crédito”. É assim "natural que a concorrência se possa intensificar no mercado doméstico”.

O recurso às linhas de cedência de liquidez do BCE, que representam actualmente cerca de 3% do total de activos da banca portuguesa, deverá também intensificar-se. Portanto estamos a falar de financiamento a curto prazo, e com isto quer-se dizer 3, 6 meses, talvez até um ano. Os banquinhos portugueses estão condenados a financiar empréstimos a trinta anos com financiamento a seis meses.... Mas pasme-se, que perante este cenário de miséria, que eu diria mesmo assustador, Ricardo Salgado conclui que: "não há motivo para desesperar". E contrariando as recentes declarações do presidente do BPI, Fernando Ulrich, afirmou que “não estamos num beco sem saída, nem vamos contra a parede”.

Nem Sócrates, em pleno estado de êxtase, consegue fazer melhor!

terça-feira, 25 de maio de 2010

O que é a sabedoria?

A grande sabedoria é saber destinguir o bem do mal.

sábio provérbio

Deus nos livre de justiças novas e de chaminés velhas

terça-feira, 18 de maio de 2010

Se cá nevasse fazia-se cá ski... se não houvesse especuladores, agências de rating, banqueiros irreverentes, jornalistas perspicazes


O mundo mudou em três semanas - e de que forma! Disse José Sócrates, ensaiando uma preocupação concentrada e inteligente. Oh!!!!

Os ataques especulativos dos investidores institucionais, são agora os maus da fita. Como antes foi o subprime, para justificar o aumento desenfreado da dívida, a mesma dívida que agora encurrala Portugal numa situação de potencial crash de crédito. Sócrates e seus ministros já tiveram vários culpados. As agências de rating, os banqueiros malditos, os anteriores Governos. O Primeiro Ministro volta agora a justificar as suas políticas desastrosas com o facto de ninguém emprestar dinheiro a Portugal nem aos bancos portugueses. Mudou em três semanas? Há cerca de um mês que escrevi que Portugal ia passar por uma crise de crédito, e uma crise de liquidez estava para bater à porta dos bancos. Escrevi, que enquanto Sócrates continuava a citar Keynes, estava a ignorar que esta é uma crise de crédito e não uma crise da procura. Os bancos portugueses vão sofrer os desvarios de um governo de um homem pouco culto, pouco sábio, obstinado pela imagem e pelos conceitos bacocos de modernidade.

Portugal tem uma dívida pública declarada de quase 80% do PIB, mas se juntarmos a dívida dos privados ao exterior, passa para 110%. Como é que

Portugal vai resolver isto? As medidas de austeridade não vão chegar. Porque vão retrair a economia. Vão travar o consumo, ancora dos últimos crescimentos do PIB português.

Os bancos não vão dar crédito à economia, porque não conseguem financiar-se para isso. Os bancos não podem dar crédito com margens neutras, ou mesmo negativas, porque vão à falência. Alguém acorde. A economia não vai crescer. Não havendo crédito, as empresas vão deixar de investir e até de pagar as suas dívidas, e os salários. O desemprego brutal é uma certeza. As medidas de austeridade, vão ainda provocar um aumento da pobreza e da criminalidade.

Portugal está arrumado, porque o Sócrates investiu mais no poder, na imagem e na aparência (e nas falsas questões sociais) do que na gestão do país. Sócrates investiu mais no polvo (nome dado à teia de relações entre empresários, gestores, jornais e o Governo,) do que numa política de gestão de um país já de si fraco em produtividade.

O mundo não mudou em três semanas, mudou em 2007... ano que foi o último suspiro de um velho mundo que vivia alienado no crédito. O mundo mudou porque a alavancagem explodiu. Todos vamos ter de engolir a vaidade que nos permitiu o consumismo exacerbado.


Tristes aqueles que não têm idade para que haja vida para lá do défice.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Bandas Intemporais XI

Com amigos destes quem precisa de inimigos?

Traição é ter um Presidente da República, que diz num discurso de recepção do Santo Padre, convidado por si, que "recebemos-vos em tempos de incerteza e que põem à prova a solidez das convicções e a força dos laços que unem comunidades", e depois aprova o casamento homossexual. Ainda por cima com a hipocrisia daquele preâmbulo em que faz questão de salvaguardar que não defende pessoalmente esta lei. Ora nós não votámos nele para ele dizer o que pensa em casa, votámos nele para que ele tomasse decisões de acordo com o que diz defender. Esta posição do Cavaco, já reproduzida no caso do aborto e do divórcio, é prova de um oportunismo. Cavaco hipoteca aquilo em que acredita à voz de quem lhe pode dar votos. O que só vem demonstrar que querer agradar ao mundo é muitas vezes a semente do mal, e Cavaco Silva não fugiu à tentação da vaidade. Vendeu a consciência por votos. Mais grave é ter esperado pela vinda do Papa, para iludir os católicos para logo a seguir os trair assim que Bento XVI virou as costas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Séries memoráveis da minha infância II

Pequenos Vagabundos, a primeira paixão

Séries memoráveis da minha infância

Wonder Woman com Lynda Carter

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A beleza do perene nos desafios de Bento XVI

por André Lamas Leite, Publicado em 13 de Maio de 2010

O lançamento de pontes entre a Fé a Razão tem sido umas das tarefas deste Papa

"Fazei coisas belas, mas, sobretudo, tornai as vossas vidas lugares de Beleza." Se tivesse de destacar uma frase do discurso de Bento XVI no encontro com as gentes da cultura, por certo inscreveria esta no breviário das cogitações diárias num mundo fechado ao transcendente e que, paradoxalmente, por ele anseia de modo infinito.


Propagandeia-se que o Bom, o Belo e o Justo assumem foros de verdades de adesão, de escolhas irracionais feitas por mulheres e homens desalinhados com o tempo. O grande contributo do Santo Padre tem sido (re)lançar pontes entre a Fé e a Razão, ou melhor, regressar ao étimo kantiano transformador da racionalidade em instância crítica também da Fé. O que esta não aceita, porque a tal, a Razão, levanta um veto inelutável, de igual jeito "as razões" não podem receber, sejam elas espirituais sejam temporais.

A multiplicidade de instâncias críticas é miríade de pensamento que, per se, urge saudar. Todavia, como Jano, se as mesmas estiverem ao serviço "das coisas penúltimas", como assinalou o romano pontífice, essas "razões" constituirão vazio. Um supremo vazio hedonista e comprometido com o temporário, que, no mero acto da sua escrita, se esvaiu já por entre dedos desossados, qual ave multicolor que, desasada, definha e morre. Não que o prazer seja um mal, um pecado. Não que a mensagem das religiões do Livro não seja, fundamentalmente, amor. Mas o prazer só o é na dialogia, em "(com)prazer". Quem se compraz engrandece-se e, ainda que movido por um "egoísmo altruísta", pode aspirar às primícias do Belo.

O medo - essa constante da noite dos tempos, conselheiro sábio que impede o abismo e abutre cobarde - é o único obstáculo a uma cultura integral ao serviço da essência da pessoa. E cultura surpreende-se em trechos de Mozart, em linhas de Camões, em filmes de Fellini, no sorriso desdentado e gasto do pastor transmontano ou nos pregões das varinas nazarenas. É de uma cultura inclusiva e liberta de pseudo-intelectuais que se nutre a alma de um povo. Tudo o mais é postiço, gongórico e ostentador.

O apelo do Papa é, por rectas contas, um convite à simplicidade, um verdadeiro "acto de contrição" de um intelectual a braços com uma Igreja ferida e dormente, imersa num ambiente que, reclamando com inteira justiça a punição de abjectos crimes, amiúde erige em bode expiatório instituições e pessoas. Limitadas, contingentes e pecadoras pessoas. Os membros do clero, da dita sociedade civil; todos nós. A política do silêncio e do encobrimento não se reconhece na instância crítica racional que Bento XVI tanto cultiva. Se o afirmamos sem tibiezas, também nos erguemos de forma decidida contra generalizações apressadas.

A Igreja pecou, peca e pecará. Constância triste, dir-se-á. Por certo. Todavia, poucas são as instituições que, nos dias que nos tocou viver, mantêm capacidade de autocrítica e, espera--se, de regeneração. Inimigos do justo são todos quantos persistem em sublinhar a traço carregado o feio e por isso injusto, mas não reconhecem o esforço de construir. Que sejam punidos conforme as leis dos estados aqueles que, pervertendo o chamamento divino, cometeram delitos hediondos e profanadores do corpo místico.

Porém, não se olvide que os "lugares de beleza" a que nos incentiva o Papa só se alcançam com o exemplo, na tensão dialéctica entre o "presente" e a "tradição". Nessa torrente que, não repetindo nunca as mesmas pontes, jamais deixa de ser água.

Presenças reais (Pedro Mexia, ao Público de 13 de Maio)

O essencial foi o simbolismo deste gesto. As relações entre catolicismo e cultura não são hoje cordiais, não o são há décadas. A cultura ocidental, goste-se ou não, sempre se tinha alimentado de imagens e conceitos cristãos. Mas caímos no alheamento ou na hostilidade. Nem o catolicismo preza especialmente os intelectuais e os artistas, que considera uma causa perdida, nem os artistas mostram a mínima benevolência face à Igreja, sobretudo desde que o jacobinismo intolerante voltou a estar na moda.
Por isso, a vontade que Bento XVI manifestou em encontrar-se com figuras da cultura portuguesa demonstra uma disponibilidade assinalável. Não creio que a Igreja pretenda que as artes e o pensamento sejam ortodoxos ou catequéticos. Seria errado se pensasse assim. A arte e o pensamento incomodam, como deve incomodar o catolicismo, quando vivido como exigência e não como convenção. Este encontro, que retoma a magna reunião que ocorreu em Novembro, na Capela Sistina, convocou também agnósticos e crentes de outras religiões, pessoas com a evangélica "boa vontade", sem a qual nada se consegue. O que mais importa não é o renascimento de uma "arte cristã", conceito de utilidade duvidosa, mas sim a abertura dos criadores a uma ideia de beleza que é sempre, de algum modo, uma ideia religiosa.

Não foi por acaso que no seu discurso Bento XVI falou em "beleza" e em "verdade". Até os ateus mais convictos confessam com frequência que a beleza estética os transporta para uma dimensão enigmática e eterna. A arte inspirada pelo cristianismo sempre soube isso, de Bach a Bresson. Como escreveu um ensaísta contemporâneo: a criação supõe alguma coisa que está por detrás dela, uma alusão, uma suspeita, um fundamento, uma presença que não é fictícia ou presumida mas é uma "presença real". É também a essa forma oculta de beleza que chamamos "verdade".
Na mensagem lida pelo Papa, é sublinhado um aspecto central do tempo presente: o presente traz consigo séculos de história, dos quais não se pode fazer tábua rasa, como alguns pretendem; mas o momento actual deve ser também uma abertura para os tempos novos e futuros, ao contrário do que alguns temem. Não é o fetichismo do presente que nos deve ocupar, ou soprar de acordo com o vento; o que é fundamental é a continuidade histórica, a fidelidade às raízes, o sentido de comunidade, a construção de um destino pessoal e colectivo.
Quando Bento XVI disse "fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza" indicou que a cultura não se confunde com um adereço ou uma causa: é acima de tudo um diálogo e uma transformação. A criação humana é um espelho turvo, magnífico e inquieto de uma outra criação, aquela que escrevemos com maiúscula.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Bento XVI, magnífico "fazei das vossas vidas lugares de beleza"

Já na sua homilia no Terreiro do Paço, perante uma assistência de perto de 200 mil pessoas, o Santo Padre tinha recordado o papel histórico de Portugal na difusão da fé cristã e reforçou a importância de Jesus Cristo no centro da vida dos católicos, realçando que tal ganha especial importância no actual contexto nacional. Mais tarde, sendo subtil, mas também bastante directo, afirmou que não há forças que destruam a igreja católica. Todos aplaudiram.

No CCB, perante uma plateia de convidados ligados à vida cultural e social do país, Bento XVI foi mais explícito, quando abordou a "crise da verdade". Bento XVI defendeu que o conflito entre “presente e tradição”, na sociedade actual, levou a uma “crise da verdade”. Falando perante representantes do mundo cultural português o Papa referiu que “a missão ao serviço da verdade” é “irrenunciável” para a Igreja. Para que fique claro. É à luz desta verdade, e não abdicando dela que depois Bento XVI reconheceu ainda que que a Igreja tem de aprender “a estar no mundo, levando a sociedade a perceber que, proclamando a verdade, é um serviço que a Igreja presta à sociedade, abrindo horizontes novos de futuro, de grandeza e dignidade”. Este diálogo deve acontecer “sem ambiguidades” e respeitando “as partes nele envolvidas” (alguns jornais substituiram isto por "outras verdades"), algo que o Papa considerou “uma prioridade para o mundo de hoje, à qual a Igreja não se substrai”.

“Um povo, que deixa de saber qual é a sua verdade, fica perdido nos labirintos do tempo e da história, sem valores claramente definidos, sem objectivos grandiosos claramente anunciados”. Esta frase dirigida ao mundo cultural tem um propósito. A defesa de que a verdade está em Cristo (cuja palavra está revelada nos evangelhos) é o cerne de todo o discurso do Santo Padre. Bento XVI apelou aos autores da arte e cultura que não temam ser católicos, e que o expressem.
Na plateia, como artistas convidados, estavam o ancião cineasta Manoel de Oliveira (porta-voz), Rui Vilar, Glória de Matos, Pedro Mexia, Joana Carneiro, Guilherme de Oliveira Martins, Graça Costa Cabral, João Lobo Antunes, entre outros. (Faltou Agustina Bessa Luís, digo eu, mas a sua condição física pode explicar essa ausência).
A cerimónia contou com uma saudação de D. Manuel Clemente, presidente da comissão episcopal responsável pela área da cultura.
Manoel de Oliveira defendeu que a religião e a arte estão "viradas para o Homem e para a essência divina" e referiu que o “cristianismo foi pródigo em expressões artísticas”. A arte como tentativa de resposta ao sentido da vida, foi o mais importante do discurso do mais importante cineasta português.
Bento XVI manifestou “admiração e afecto” pelo centenário cineasta. Nestes discursos, disse o Papa, transpareceram “ânsia e disposições da alma portuguesa no meio das turbulências da sociedade actual”. “Esta é uma hora que reclama o melhor das nossas forças, audácia profética, capacidade renovada de "novos mundos ao mundo ir mostrando", como diria o vosso Poeta nacional”, afirmou, citando uma passagem de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões.
Como aconteceu no primeiro dia de visita, Bento XVI evocou a epopeia dos Descobrimentos e a marca cristã na “tradição cultural portuguesa”.
Disse que os descobridores e missionários eram movidos por “um sentido de responsabilidade global” que nasce da “milenária influência do cristianismo”. O ideal cristão da universalidade e da fraternidade inspiravam esta aventura comum, embora a influência do iluminismo e do laicismo se tivesse feito sentir também”. Esta tradição originou “aquilo a que podemos chamar uma "sabedoria” que não deve ser esquecida.
O Papa que fala seis línguas, é pianista e tem preferências por Mozart e Bach, que é membro de várias academias científicas da Europa, como a francesa Académie des sciences morales et politiques, e recebeu oito doutorados honoríficos de diferentes universidades, entre elas da Universidade de Navarra, disse no CCB que a fé é a única que satisfaz a inteligência e pacífica os corações. Autor de livros onde se debruça sobre um dos desafios culturais mais importantes actualmente que é a relação entre fé e razão, Bento XVI é o exemplo vivo dessa harmonia entre razão e fé, "dimensões do espírito humano, que se realizam plenamente quando se encontram e dialogam" segundo as suas palavras.

"Ao mesmo tempo, contudo, deve-se admitir que a tendência a considerar verdadeiro só o que se pode experimentar constitui um limite para a razão humana e produz uma terrível esquizofrenia, evidente para todos, pela qual convivem racionalismo e materialismo, hipertecnologia e instintos desenfreados", já disse Bento XVI.

A inteligência que não percebe o papel infinito do amor (e Deus é amor) e do bem nas sociedades humanas, tal como Cristo o demonstrou, não chega a ter terceira dimensão, fica-se pela aparência, ou como diria Boris Vian, fica-se pela "espuma dos dias".

Bento XVI terminou o seu discurso no CCB dizendo "fazei coisas belas, mas essencialmente fazei das vidas lugares de beleza".
Beleza, estética e ética, uma triologia defendida no CCB.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Coragem

Nos dias que correm, ter coragem é: sem negar a modernidade, sem deixar de ser contemporâneo, sendo mediático, sendo inteligente, sendo apologista da cultura, SER CATÓLICO e nunca deixar de defender que Deus é Amor.

Parabéns Marcelo Rebelo de Sousa.
Dar a cara pela defesa da igreja católica é um acto de coragem.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Agências de Rating... só agora se lembraram de as criticar

Não é novidade que a natureza humana é propensa a criar bodes expiatórios. Os noves bodes são a Standard & Poor´s, a Moody´s e a Fitch. Alguém se lembrou de repente que eram todas norte-americanas, coisa que nunca incomodou a velha Europa. Hoje fala-se da criação de uma agência de rating europeia como se daí surgisse uma salvação. O avaliador é que é o culpado e não os avaliados.

A Europa vê-se hoje a braços com um enorme problema: os desvarios financeiros dos países pobres e indisciplinados da UE. Porque é que isso é um problema? Porque mesmo os países que tiveram superávite público, como é o caso da Alemanha e do Reino Unido, investiram milhões em dívida pública de países como a Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha. Os bancos estão carregados de exposição à Grécia. Se deixam cair esses países, para matar a mosca acabam a partir a lâmpada.
Portugal é um país que tem uma dívida externa (entre pública de 77%, e privada) de 110%. Há anos que os estrangeiros pagam 10% para nós produzirmos. E esse é o grande problema do nosso país: somos absolutamente dependentes do estrangeiro, dos mercados internacionais de dívida e dos bancos estrangeiros.
Diz-se que Portugal não é a Grécia. Não é, mas não é muito melhor. Veja-se o caso de Itália, tem um défice relativamente bom, 5,3%, mas tem uma dívida pública que ronda os 115% do PIB. No entanto há uma grande diferença em relação a Portugal, é que esta dívida pública está praticamente colocada nos italianos. Não estão, por isso, à mercê das subidas dos spreads internacionais.
O que fez Portugal? O Senhor Teixeira dos Santos baixou as taxas dos certificados de aforro, com retroactivos. Fez um favor à banca e trocou dívida interna por dívida externa, hoje muito mais cara.
Outro erro deste governo socrático: subiu os salários da função pública, em 2,9%, num ano sem inflação, apenas para ganhar as eleições. Agora arrisca-se a ter de retirar os 13º e 14º mês, ou a substituir parte dele por títulos de dívida pública. Este Governo foi infeliz e governou para o marketing, sob uma imagem de modernidade ideal, pacóvia.
Sem poupança não há crescimento da Economia, dizem os economistas. E Portugal gasta mais do que ganha, razão pela qual o Primeiro Ministro resolve citar Keynes a valer.
Keynes foi um economista, que procurou responder a uma crise da procura, quando agora se está a falar de uma crise de crédito. Fez carreira a ridicularizar a chamada "lei de Say", que declarava que a oferta cria a sua própria procura, e que por isso a escassez de procura estava resolvida à partida, invertendo a regra: passou a ser a procura que cria a sua oferta, isto é, a expansão da procura arrastaria consigo o rendimento e o produto agregados. Além disso, subverteu a máxima tradicional segundo a qual "não podemos gastar mais que aquilo que ganhamos" para a "não podemos ganhar mais do que gastamos" como novo lema de uma nova era. Keynes defendia as obras públicas, o que serve bem o PM, que constrói auto-estradas paralelas umas às outras e sonha com um país rico cheio de comboios de alta velocidade e aeroportos gigantes.
Pode agora dizer-se que o problema não é só de Sócrates, e soa ao mesmo que culpar as agências de rating. O PM está há tempo suficiente no Governo para criar medidas com efeitos estruturais a longo prazo, mas claro inspira-se num Keynes para quem a longo prazo estamos todos mortos!
"Este Keynes é muito difícil de ler quem o cita nunca o leu" disse Jacinto Nunes. Adorei.

A título exemplo, que medidas tomou Sócrates para travar a decadência da natalidade? Liberalizou o aborto, aprovou o casamento homossexual, e para compensar prometeu 200 euros para cada bebé que nasce, a ficar na CGD até aos 18 anos. Please!
O Governo tem de criar medidas para evitar que as mães façam abortos. Paguem tudo da criança até ao fim da escola primária, subsidiem os nascimentos nas mães mais pobres, em alternativa ao aborto. E ajudem as mães todas, com centros de acolhimento das crianças no horário pós escolar, que permitam que estas conciliem o emprego com o ser mãe.
Promovam o casamento, a família e a procriação. Façam campanhas pela tolerância entre marido e mulher, essa é a verdadeira tolerância que é preciso defender para salvar a humanidade e da qual todos se esqueceram. O amor foi substituído pelo paternalismo às minorias. Não se veja aqui uma alguma coisa contra minorias, mas que o amor ao outro não se detém nos chavões da tolerância aos supostos "menores" e à alegada discriminação, isso não se detém.
Sem natalidade, a Europa vai toda ao ar, pois se não nascem contribuintes....
Criem uma escolaridade que promova o nível cultural, e não uma escolaridade sem mérito. Portugal precisa de investir na cultura... na elevação cultural das gerações futuras.

domingo, 2 de maio de 2010

O melhor hotel que conheço, é em Marrakech (Amanjena)

Este mundo de hoje...

Fui ver um filme, Greenberg, sobre o vazio da existência neste mundo de onde desapareceu o sentido do infinito. O filme é bonzito, mas eu já não aguento a falta de sonho no cinema. Já não aguento o realismo da meia idade, sem ilusões, de que falam todos os filmes, sobretudo os americanos. Não suporto a campanha encapotada pela anarquia, como se esta não nos estivesse a afundar num irremediável niilismo

Fantasia Lusitana

Apetece-me ver este filme....

Valsa com Bashir (em DVD)

Um filme brilhante, sobre a forma como a memória filtra os traumas....

Pro-bono

Bento XVI vem a Portugal. É um regalo perceber que há grandes banqueiros; empresários; alguns jornalistas; empresas de marketing e publicidade, que são líderes de mercado; artistas, que ajudam na vinda do Papa e na campanha pela sua credibilidade (abalada pelas forças anti-vida), e isto sem cobrar um tostão. Completamente pro-bono. É isto que é ser católico, é isto que é ser cristão!
Pena que o PS (Pedro Silva Pereira deu uma entrevista à Ecclesia) se venha a colar a esta solidariedade de forma completamente incoerente, depois de serem o mentor das leis sociais que mais contrariam o espírito cristão, da defesa da vida, da defesa do natural e do amor.

Leiam um só excerto da incongruência:
«Temas eventualmente polémicos durante a visita, como a recente legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, não preocupam o ministro da presidência, para quem não é necessário que Igreja e Estado estejam “de acordo em tudo”.

“Nada disso prejudica o essencial: temos um bom quadro de relacionamento com a Igreja Católica, e também com outras confissões religiosas”, conclui Pedro Silva Pereira, Ministro da Presidência»

Ricardo, Coração de Leão. BES indiferente às campanhas mesquinhas anti-Bento XVI

Knowing that you lie.... still I look to find a reason to believe