quarta-feira, 14 de julho de 2010

Estou no SAPO

Este blog agora é actualizado em http://mariateixeiraalves.blogs.sapo.pt.

Vemo-nos por lá!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

The difference between the men and the boys....

Acabo de ler que o Governo, justificou o uso da golden share para vetar a venda da Vivo, com um "o Estado limitou-se a não permitir que os seus interesses fossem desconsiderados e ignorados". I beg your pardon?! Quais interesses? Os interesses de redução do défice externo? O emprego em Portugal ia ficar afectado com a venda da operadora no Brasil?

Quando a gente pensa que há uma lógica de gestão, uma racionalidade económico-financeira, uma estratégia de médio e longo prazo, na cabeça das pessoas que gerem o país... eis o que obtemos, os membros do Governo, liderados por Sócrates sentiram-se ostracizados... vetaram a venda da Vivo por sete biliões, que permitia à PT reduzir a sua elevada dívida, distribuir dinheiro aos accionistas, e poder investir na compra da brasileira Oi, sem o peso da antipatia da Telefónica, porque foram "desconsiderados"! Olhem bem a qualidade intelectual dos nossos governantes... usam a golden share porque amuaram... foram enganados. Sócrates sentiu-se traído pelos seus amigos... estava mais uma vez do lado dos mais fortes de Portugal e de repente estes mudaram de lado e deixaram Sócrates agarrado, isto não pode ser. E vai daí tomem lá um veto que é para aprenderem quem é que manda aqui!

Que criancice!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Socialismo doirado

Ainda dizem que não há diferenças ideológicas entre esquerda e direita. Para um Governo de esquerda o Estado é árbitro de todas as questões humanas: da justiça social; do mérito; do bem e do mal. É o gestor de todas as empresas. O regulador de todos os actos. O Estado é Deus num mundo onde o Homem é visto como o grande "arquitecto"!

Se não fosse politicamente incorrecto, o Portugal de Sócrates era hoje um palco de nacionalizações. Porque as empresas pertencem ao país e não às pessoas (daí a empatia com o venezuelano). Porque é ao Estado que cabe decidir o que se vende a quem, e quem pode ir para os 'boards' das empresas portuguesas (ainda se lembram do Mário Lino na Cimpor?). Em Portugal o Estado manda, mas não paga. Anda sempre «ó tio ó tio» a receber os bancos para lhes pedir dinheiro para a Economia (que está como está pelos grandes méritos de gestão do PM).
Para a direita quem investe manda. Quem arrisca decide. O mérito é avaliado pelo resultados. Ao Estado cabe apenas a função de assumir o que os privados não podem fazer, por não ser rentável. Para a direita o Estado é o fiel da balança de uma realidade onde não há igualdade, e se sabe que não há. O Estado compensa, não é gestor.
A esquerda não se indigna que uma empresa seja dos seus accionistas para assumir as dívidas e fazer os investimentos necessários para crescer os seus activos, mas seja do Estado quando se trata da gestão e da estratégia. A direita fica indignada e pergunta: quem vai pagar os 6 biliões de dívida da PT? É o Estado com a sua Golden Share. Quando não houver dinheiro quem vai salvar a PT, o Estado com as suas quinhentas acções especiais? Nem em trinta anos a PT vai receber os 7 biliões, que os espanhóis lhes ofereceram de bandeja.
Num país onde o rácio de endividamento é de 110%, pode-se dizer que Sócrates sabe o que faz! Grande gestor aqui temos! O país não tem dinheiro. Os bancos não se conseguem financiar, mas pronto temos uma golden share, e quem tem uma golden share tem tudo!

O poder está no que não se exerce, ou deixa de o ser.... poder fazer mal e fazer bem, poder vetar negócios e não o fazer.
Este é o fim da golden share da PT, usou o ferrão agora está condenada à morte!

Mas haverá fórmulas de contornar a tirania do Estado?
Há. Pode-se esperar pelo fim da golden share, aparentemente Bruxelas está a semanas de lhes dar o triste pio. Mas como tudo isso parece muito vago, e pode, no limite, arrastar-se numa batalha jurídica a Telefónica tem uma alternativa: alterar ligeiramente a proposta de compra que foi vetada e o Conselho de Administração, desta vez, não delegar os direitos que são seus, numa assembleia onde o Estado pode mostrar as suas garras. Até porque esta é e sempre foi uma competência da administração....

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A pensar que ....

"A maior cobardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la"


Bob Marley

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O fim da espécie

Na edição de hoje, dia 17 de Junho, do Público deparei-me com um bom, perspicaz e inteligente artigo de opinião de Pedro Lomba, jurista e meu amigo no Facebook. O artigo tem o poético nome de A Mãe das Crises.

Diz Pedro, que se o escritor de ficção científica Philip K. Dick vivesse ainda, já não precisaria da sua imaginação para distorcer o futuro. "Esse futuro que nas histórias de Dick parecia delirante está agora bem plantado à nossa frente, no tempo útil das nossas vidas.
Consultando as estatísticas ficamos inteirados da boa nova: a longo prazo, não estaremos mortos. Estaremos extintos". Eis uma verdade revelada nos números do INE, também citado no artigo de Pedro Lomba: em 2009 tivemos mais óbitos do que nascimentos. É sempre bom lembrar que este foi o ano em que o aborto se encontra em plena liberalização.... a legitimação da homossexualidade como regra da humanidade deu o seu primeiro passo este ano, sob a pena de Sócrates e a benção de Cavaco Silva. Pelo que, se antevê mais mortos que bebés nos próximos anos estatísticos.
Continuando no artigo do Pedro: "muita gente tem alertado para o declínio demográfico que ameaça o mundo ocidental como o conhecemos. Esse declínio demográfico converteu-se no primeiro problema para o nosso modo de vida nos últimos 60 anos. Até temos algumas ideias de como devemos enfrentá-lo, mas hesitamos, em parte porque estamos sobretudo focados noutras pragas (as alterações climáticas, a especulação bolsista)" – lembro a este propósito, as palavras de Bento XVI, "se queres preservar a natureza [nestes tempos em que se empunha a defesa do ambiente como bastião da superioridade moral] preserva a criação" – noutra parte (continua Pedro) porque ainda vivemos na doce ilusão de arranjar maneira de salvar a nossa pensão de reforma".
O que faz ponte com outra tendência pós-moderna: a política do nosso umbigo, cada um por si.
"No entanto, comparado com o meteorito que será os países europeus ficando aceleradamente sem população, tais preocupações parecem menores ou acessórios. Se não houver gente, faremos o quê? Em 2003 a idade média na Europa era de 37,7 anos. Em 2050, segundo um estudo da Brookings Institution, essa média rondará os 52,3 anos (...). Praticamente todos os países europeus sofrerão baixas acentuadas nas suas taxas de população". Pedro diz ainda que "daqui a 40 anos viveremos na sociedade mais envelhecida que provavelmente existiu na história do mundo. os novos serão minoritários (...) e sabem o que acontece às sociedades dominadas por anciãos? Mais cedo ou mais tarde definham".

Agora vejamos como Pedro Lomba alerta para outro problema, que se vai cruzar com a guerra religiosa-cultural entre o ocidente e os países muçulmanos. E que eu achei absolutamente oportuno, num momento em que os países ditos tolerantes (os europeus) proíbem os véus muçulmanos nas pessoas muçulmanas, e que os usam voluntariamente, por muito que isso custe aos Dom Sebastiões da tolerância. Já pensaram as mulheres se fossem proibidas de usar brincos por ser considerada violência um furo na carne?
Bem, mas continuemos no artigo do Público: "Ao mesmo tempo, eis o que tem acontecido: as taxas de fertilidade do mundo muçulmano têm continuado o seu ritmo imparável. Desde 1970 que têm sido responsáveis por grandes subidas da população mundial. Há hoje muito mais muçulmanos na Europa vivendo como muçulmanos, isto é, conservando os seus hábitos religioso e rejeitando o secularismo ocidental. Essas tendências da natalidade não-ocidental suscitam também conspirações de poder em torno de uma suposta arabização da Europa.
Ou seja, os muçulmanos escusam de estar preocupados com os braços de ferro com o mundo ocidental (cristão?), porque o mundo ocidental sucumbirá por força das suas teses e filosofias pseudo-tolerantes. Enquanto a Europa está distraída a ser moderna: criar opções sexuais; perverter a realidade natural; promover a guerra dos sexos (diferentes); defender a liberdade do homem como arma contra a natureza; com o culto do corpo e do mito da eterna juventude. Enquanto a Europa se regozija com o seu narcisismo psicótico, enquanto se faz dos SPAs os ideias de felicidade, os muçulmanos amam-se e procriam. Eu acrescentaria aqui os chineses. Enquanto o diabo esfrega um olho, a Europa será povoada por outros povos, e será o crucifixo o símbolo minoritário proibido.

Diz o Pedro: 2200 0u 2300, falarão aqueles que viverem nessa altura daquilo que nós fomos, tal como nós falamos da civilização maia ou dos romanos? Um dos grandes paradoxos da Europa é que nenhum outro recanto do mundo ofereceu tanta afluência e bem-estar às suas populações para que cuidassem da sua própria subsistência e renovação. A Europa é que deveria ser, e em certo sentido até se imaginou dessa forma, o verdadeiro «fim da história».
"Mas a anatomia europeia explica bem porque é que a afluência económica e o bem-estar social não chegam para manter uma cultura". E agora digo eu, aos ateus deste mundo, «são precisos os símbolos, é preciso a fé». Para além de ser preciso a procriação! E para esta haver tem que se cultivar o amor, homem/mulher. A verdadeira tolerância que é preciso defender, é a tolerância entre os sexos. Se cada um continuar a procurar satisfazer-se a si próprio num hedonismo disfarçado de liberdade (porque a grande liberdade está em prescindirmos de nós por amor ao outro.)

Pedro Lomba acaba citando um historiador inglês (Toynbee): «as civilizações morrem por suicídio, não por assassinato». "E é certo na história das grandes civilizações que a seguir à decadência vem a extinção. A crise demográfica é a mãe das nossas crises". Bem dito, Pedro!

domingo, 13 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Razão a mais estraga o sentir ....

«Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente, por isso pouco sentiam. De aí a sua perfeita execução da obra de arte.»  Fernando Pessoa