quinta-feira, 12 de março de 2009

Madonna vista pela Agustina

Perdição
Madonna é mais do que um título, é uma expedição às regiões da infecundidade. Longe de estarmos perante um espectáculo sensual e excitante. Há nele um acelerar da perdição, por isso parece tão impolgante, tão desvairado. A atroz fusão num destino geral produz nas multidões um desejo incomensurável: o de não procriar mais, o desencadear um desafio ao género humano - o ódio à espécie.

Não vamos equivocar-nos. A tremenda apoteose de Madonna, o seu triunfo no palco, a perigosidade do ruído por ela provocado, não estão na linha da sexualidade permitiva. Pode ela despir-se em público e receber como troféu milhares de calcinhas e outras roupas interiores. Isto não significa declaração dos instintos vitais.
A partir de certo grau de solidão as multidões tornam-se rebeldes ao amor. Esses jovens, aparentemente arrebatados por Madonna e pelas suas liberdades cénicas, estão mais perto de renegar a mulher do que de a desejar. Madonna não é um estímulo sexual, é o seu contrário, uma justificação para o desprezo que os homens preferem ao amor.


P.S. Isto diz muito sobre o tipo de fãs

Sem comentários:

Enviar um comentário