terça-feira, 27 de abril de 2010

As melhoras da morte

O tempo melhorou em Portugal, depois de um inverno rigoroso. Os portugueses parecem contentes, inebriados numa alegria que antecede a tragédia.
A agência de notação Standard & Poor' s acaba de cortar o "rating" de Portugal em dois níveis, de A+ para A-. A fragilidade das contas públicas e o fraco crescimento económico são os principais argumentos utilizados pela S&P para degradar agora o risco da República, depois de ter alterado o “outlook” em Dezembro.

Os juros da dívida pública portuguesa intensificaram o movimento de subida e aproximam-se agora dos 6%.
No mercado dos “credit default swaps” o nível de risco atribuído ao incumprimento de Portugal também atingiu um recorde. Os mercados estão a antever riscos de contágio da Grécia a Portugal. A bolsa nacional fechou a cair mais de 5% para mínimos de Julho de 2009.
Resultado: os bancos portugueses vão ter mais dificuldade em levantar dinheiro lá fora. Ninguém empresta a Portugal, ou empresta a um preço elevado. Mais uma crise de liquidez que pode arrasar os bancos nacionais. E desta vez o Estado português não tem margem de manobra para se endividar, prestando garantias. Um verdadeiro 'desaire' pode desatar a jorrar. Bancos mais pequenos terão-se de fundir. Bancos grandes terão de reduzir custos a sério. O crédito chegará à economia a um preço alto demais, comprometendo o pouco crescimento previsto no PEC.
Meu Deus, o que fizeram de ti Portugal?

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